Nenhum fator isolado causa a depressão. Certos acontecimentos da vida, como por exemplo, um divórcio ou a perda de um ente querido, podem desencadear os sintomas depressivos. Entretanto, algumas pessoas tornam-se deprimidas mesmo quando tudo em suas vidas está indo bem. A tendência a se tornar deprimido pode ocorrer em família e parece ser um fator genético (herdado) em muitos casos de depressão. Por exemplo, se um dos gêmeos idênticos apresentar transtorno depressivo maior, haverá, aproximadamente, 50% de chance de o outro apresentar sintomas de depressão ao longo de sua vida. Além disso, os filhos, pais e irmãos de um indivíduo com transtorno depressivo maior apresentam duas ou três vezes mais chance de desenvolver este tipo de depressão do que parentes de primeiro grau sem esta doença na família.
As causas orgânicas podem contribuir para o desenvolvimento da depressão e acredita-se que os sintomas também possam ser desencadeados por um desequilibrio ou bloqueio de substâncias químicas importantes (chamadas neurotransmissores - estes incluem a serotonina e a noradrenalina) ou dos sinais que elas carregam até o cérebro. Atualmente, muitos dos medicamentos antidepressivos funcionam regulando o nível destes neurotransmissores. Outras doenças, o uso de certas drogas ou o abuso de bebidas alcoólicas podem contribuir para o desenvolvimento da depressão.
As causas da depressão são individuais. Portanto, é importante para toda a familia entender que a depressão não é "culpa" do indivíduo e que simplesmente "tentar muito" não resolverá o problema. Qualquer que seja a causa, a maioria das pessoas tratadas de depressão começa a se sentir melhor em algumas semanas. A depressão não é causada por fraqueza da pessoa ou perda de controle - é uma doença que precisa ser tratada.
EXISTE MAIS DE UM TIPO DE DEPRESSÃO?
Sim. O transtorno depressivo maior envolve a perda do interesse pelas coisas que eram prazerosas anteriormente, ou sentimento de tristeza, melancolia, além de, pelo menos, um dos seguintes sintomas: perda ou ganho de peso; insônia ou excesso de sono; agitação ou retardo psicomotor; sensação de cansaço ou indisposição; sentimento de inferioridade; distrúrbios de concentração; pensamentos suicidas.
Algumas pessoas apresentam um tipo diferente de transtorno do humor conhecido como transtorno bipolar ou psicose maníaco-depressiva. as pessoas com esta doença apresentam um ou mais episódios maníacos (humor anormal ou persistentemente elevado, expansivo ou irritado, além de outros sintomas), que podem ser acompanhados de um episódio depressivo maior.
Existem tratamentos eficazes para os transtornos do humor.
Um profissional da área de saúde será a pessoa mais indicada para rever todas as opções disponíveis e decidir sobre o tratamento mais adequado. O programa de tratamento poderá incluir um médico se for considerada a possibilidade de uso de alguma medicação.
A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO
A boa notícia é que a depressão responde bem ao tratamento. Hoje em dia, existem muitas opções de tratamento eficazes e a maioria das pessoas deprimidas pode esperar sentir-se bem melhor como resultado do tratamento.
Geralmente, o objetivo da terapia medicamentosa é controlar os sintomas e tratar a doença, permitindo que o indivíduo se sinta melhor e volte a ter uma vida normal. A psicoterapia pode ser usada para que o indivíduo e a familia aprendam novos comportamentos e estratégias para lidar com a depressão. Pode ajudar também a reduzir e a tratar os sintomas, discutindo-se os problemas e as emoções.
O tratamento ideal varia de pessoa para pessoa; cada caso deverá ser avaliado individualmente.
QUANTO TEMPO LEVA A MELHORA DA DEPRESSÃO?
Muitas pessoas apresentam melhora dos sintomas em 3 a 4 semanas após o início da terapia. No entanto, é importante perceber que a recuperação da depressão nem sempre é um caminho suave - em outras palavras, a pessoa deprimida provavelmente terá dias "bons" e "ruins", mesmo após a diminuição dos sintomas.
A depressão poderá ser, também, uma doença recorrente.
Os estudos demonstraram, no entanto, que a manutenção do tratamento médico pode evitar o retorno dos sintomas (recidiva ou recorrência). O tratamento pode, também, melhorar as chances de uma pessoa sentir-se bem.Os tratamento para a depressão incluem medicamento, psicoterapia ou uma combinação de ambos.
Os medicamentos utilizados no tratamento da depressão são chamados de antidepressivos. Existem vários tipos de antidepressivos e cada qual funciona de forma diferente um do outro. É importante para os membros da familia estarem cientes de que pode demorar algum tempo para se perceber que o medicamento está resolvendo - seja paciente e lembre que um tratamento eficaz pode trazer grandes benefícios.
Os medicamento antidepressivos podem ajudar a normalizar os desequilíbrios químicos que estão, algumas vezes, associados à depressão. Como dito anteriormente, acredita-se que estas drogas funcionem regulando o nível de determinadas substâncias químicas (neurotransmissores), que liberam sinais no cérebro. Existem vários medicamentos antidepressivos. Os mais antigos incluem os antidepressivos tricíclicos e os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs)
Durante os últimos anos, novos medicamentos foram introduzidos.Estes incluem os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e agentes mais modernos como os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRN). Como são muito eficazes e bem tolerados, são comumente utilizados no tratamento da depressão. O médico poderá fornecer mais informações sobre medicamentos antidepressivos.
Mais adiante veremos: Quais os efeitos adversos que podem ocorrer durante o tratamento com antidepressivos. Como membro da familia poderá a ajudar. Vale apena se informar.